quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Os nossos pais

Li este texto e ouvi a voz dos meus pais e dos pais dos meu amigos "emigrantes"... E tocou-me profundamente...

"Contudo, todos nós deveríamos ter o direito de viver no país onde nascemos. Emigrar por vontade e decisão é uma coisa, emigrar por necessidade e obrigação é outra muito diferente."

Recomendo a sua leitura na íntegra!

Continuo a dizer que, no meu caso, quando saí de Portugal em 2006 foi por opção e pelo desejo de conhecer novas realidades. Mas é claro que houve também um forte factor de desilusão com o meu país! Pela forma como as "cunhas" lideravam nas empresas, pela corrupção à descarada e impune, pela injustiça social que atribui um subsídio a quem não quer trabalhar, ou atribui TV Cabo a reclusos, mas deixa que os nossos idosos paguem 200 euros na farmácia todos meses quando as suas reformas são de 300, etc. etc. etc. Não gosto de me queixar, não gosto de dizer mal do meu país, não digo que no estrangeiro é que é. 

Mas a verdade é que sinto que voltar, neste momento, não seria uma opção. Não quero voltar, nem estou preparada para isso, mas se esse fosse o meu desejo não duvido que seria extremamente difícil. E não só pela falta de emprego mas sobretudo pela "forma de estar".

Contudo, há sempre os pais que ficam para trás e que vão envelhecendo a cada visita. A distância é difícil, a preocupação é grande, as saudades são imensas. Por isso, ao ler este texto, pensei neles, naquilo que eles sentem e naquilo que eles nos desejam, e o meu coração ficou pequenino...

4 comentários:

  1. Sinto exactamente o mesmo e concordo com tudo o que escreves.
    Acrescento também que não é nada fácil gerir as coisas à distância, sobretudo, quando um dos pais é viúvo e tem limitações físicas, como acontece com a minha mãe.
    Um beijinho e votos de felicidades para ti e os teus pais.

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    1. Não é nada fácil! O meu sogro faleceu quando ainda estávamos na Holanda, de uma forma inesperada, e foi bastante difícil lidar com tudo o que isso implicou à distância. A mãe do Homer está sozinha em Portugal, e ele é filho único, por isso entendo bem o que referes...
      Beijinho e felicidades também para ti e para os teus :-)

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  2. Não tendo passado por nenhuma dessas experiências, sei que me angustia a ideia, a realidade...

    Sei que se me sentisse obrigada a sair do país que me viu nascer e crescer, seria definitivo, dificilmente teria vontade de regressar definitivamente...

    Mas como disse, não começo a fazer sequer uma pequena ideia do que é ter que emigrar...

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    1. Não passaste por esta experiência mas és mãe e por isso entenderás como ninguém a dor de um pai que vê o filho sair do seu país para poder seguir os seus sonhos...

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