"O dia do pai teve origem na Babilónia há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai." - in Wikipedia
Obviamente, que nos dias que correm estas datas são marcadas por um consumismo exacerbado que leva a que a celebração seja, muitas vezes, mais uma pressão social do que fruto da genuidade dos sentimentos que nos unem. E tal como o Natal, o dia do pai é quando um/a filho/a quiser ;-)
Apesar de tudo isto, eu gosto de dar um grande beijo ao meu pai neste dia! A vida corre tão depressa que é bom poder de vez em quando parar e aproveitar o momento para apreciar e gozar o pai que me acolheu neste mundo.
Ele ensinou-me tanto... A comer com talheres, a andar de baloiço, a dizer sempre a verdade, a fazer os trabalhos da escola antes de ir brincar, a ser amiga dos meus amigos, a amar a família e a defendê-la acima de tudo. Os seus valores morais de liberdade, compaixão, honestidade, trabalho árduo, idoneidade e amor pelo próximo desenharam a minha personalidade. Ensinou-me que se deve lutar pelos nossos ideais, ouvir o coração, andar de cabeça erguida e dormir de consciência tranquila. Levou-me tantas vezes à revista, à Grande Noite do Fado, à Feira do Livro, à Feira Popular, aos cinemas Império e Condes...
Gosto de o recordar com os seus cabelos castanhos, com a sua barba à Rodrigo, o seu jeito rufia e fadista. Hoje o cabelo é pouco e branco, os dentes são postiços e a voz já não permite as desgarradas de outrora. Mas os seus olhos verdes, escondidos por detrás de uns óculos de massa, aindam brilham intensos! Ainda rimos a bandeiras despregadas, dizemos disparates, discutimos temas de actualidade, choramos ao ver filmes, resmungamos de vez em quando e mimamo-nos sempre que a vida acalma e paramos para aproveitá-la.
Como para a maior parte das meninas o meu pai foi o meu primeiro herói. E teve a sabedoria de ser tão imperfeito que destruiu as minha ilusões de princípe encantado desde cedo. Assim, louvo "apenas" os homens bons!