terça-feira, 29 de abril de 2014

Yupppiiiiiii!


   Esta foi a expressão que fiz quando abri o meu email a meio da manhã :D À minha espera tinha um email da emigração australiana a informar que nos tinha concedido o visto de residência permanente!!!

   Quando viemos para cá, viemos com um visto patrocinado pelo empregador do Homer que era válido por 4 anos mas o nosso objectivo sempre foi obter a residência permanente, que nos permite viver e trabalhar na Austrália indefinidamente sem estarmos presos a nenhum empregador específico. Hoje veio a concretização de mais uma etapa nesta nossa aventura :D
 
   Estamos felizes por vermos que o nosso investimento está a ter o seu retorno. Estamos aliviados por saber que não mais temos um prazo limite à nossa frente. Mal podemos esperar pelo que mais este país nos tem para oferecer...

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de Abril Sempre!

   Quando eu andava na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade de Lisboa, nos idos anos de 1995-2000, raro era o mês em que o muro não era pintado de novo para tapar as muitas mensagens revolucionárias do PSR. O desenho das ovelhas negras era o mais comum e insistente a aparecer no muro durante a madrugada ;-) Havia também muitas frases tais como "Diz não às praxes!", etc. A uma determinada altura, a reitoria decidiu construir uma espécie de gradeamento artístico que viria a impedir os frequentes "ataques" ao muro.
   Quando vi estas fotos no facebook recentemente não podia ter ficado mais feliz e orgulhosa da minha "velhinha" faculdade :-) 

   Ainda ontem li alguém que admiro a agradecer aos homens e mulheres que fizeram Abril porque antes deles os filhos das classes trabalhadoras não poderiam estudar numa universidade e ambicionar com uma carreira "intelectual"...
   Eu sinto isso na pele e sei que se não fossem eles não poderia ter estudado numa universidade liberal onde aprendi a pensar pela minha cabeça, não poderia ter saído de Portugal (por escolha!) com estudos superiores e ter trabalhado para empresas com reconhecimento nacional e internacional em três países estrangeiros. Afinal, também eu tenho raízes humildes que me ensinaram a ser honesta e sonhar sempre mais alto. 


Que grande ideia! Que grande mural! Que grande homenagem!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Mais livros...

  No Natal recebi os três últimos livros do José Rodrigues dos Santos. Dado ao tamanho de cada volume, quase que tenho uma prateleira só dedicada a ele pois tenho todos os seus outros livros! Gosto bastante da sua escrita e já aqui falei dos seus livros. Mais uma vez não fiquei desiludida e num instantinho os "despachei".
   "A Mão do Diabo" aborda o tema da crise e embora os diálogos entre os intervenientes na acção sejam pouco plausíveis de acontecerem assim, a verdade é que explicam muito bem a realidade que se vive na Europa e explica os motivos pelos quais a nossa economia está tão debilitada. Aprendi algumas coisas com este livro, pois sou uma mulher das letras e não dos números, e confirmei muitas das opiniões que tinha. Embora seja um livro de ficção a corrupção que acusa é bem real e da mesma forma a impunidade dos "grandes".
   "O Homem de Constantinopla" e "Um Milionário em Lisboa" relatam a história da vida de Calouste Gulbenkian. Novamente, Rodrigues dos Santos pega em factos históricos e escreve um (dois) romance(s) que nos transporta por Istambul, Paris, Londres e pela Lisboa de Salazar. Vivemos a dizimação do povo arménio, as negociatas do petróleo, e o nascimento da Fundação que é hoje conhecida por todos os portugueses. É uma leitura muito interessante, de uma vida cheia de reviravoltas, ambição e objectivos definidos e alcançados.

   Como presente de Natal recebi também o "Sing you Home" da Jodi Picoult. Dela só tinha lido o "The Storyteller" sobre o qual aqui escrevi. Este livro é também ele muito interessante e cativante. Fala acerca da  adopção por casais homossexuais, assunto muito em voga ultimamente, sobre as angústias de casais inférteis e sobre cultos que usam a palavra de Deus para os seus jogos de poderes. Não só os temas são actuais como as personagens são complexas, cheias de virtudes e defeitos. A protagonista utiliza a música como terapia para ajudar doentes e o livro é por isso acompanhado de um CD com músicas especialmente compostas para acompanhar determinadas partes do livro.

   Depois de ver um documentário sobre o Bruce Courtenay, sul-africano que escolheu a Austrália como seu país adoptivo, decidi ler o seu livro favorito. "Four Fires" fala de uma família bogan (um termo muito Aussie!) que faz por mudar a sua sorte. A acção passa-se ao longo de vários anos e vai abordando temas como a Grandes Guerras, a emancipação feminina, a homossexualidade, a luta de classes, o stress pós-traumático, etc.
   Ao longo do desenrolar da acção a cultura australiana é nos apresentada de uma forma honesta e despretensiosa, muito ao jeito do que é actualmente, desde o combate aos incêndios no mato, à moda pós-guerra, à vida escolar e à discriminação para com os aborígenes e refugiados de guerra. A quantidade de expressões australianas é imensa o que resultou em muitas anotações no meu Kindle ;-) Gostei imenso deste livro pois ensinou-me tanto sobre este meu novo país e transportou-me no espaço e no tempo.

Da Joanne Harris li também o "The Lollipop Shoes" que é uma espécie de seguimento do "Chocolate". O primeiro livro tinha-me enchido os sentidos e deixado de água na boca. Este não nos transporta para o imaginário da chocolataria que podemos cheirar e saborear através das páginas do livro mas sim para um mundo de magia, onde as forças do bem e do mal estão em luta constante. A nossa essência persegue-nos, não podemos negar quem e aquilo que somos e quando o vento muda de direcção não adianta fugir-lhe. Uma leitura leve mas cheia de mistérios.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Lanchinho de Páscoa


   Como não sou religiosa a Páscoa, tal como o Natal aliás, não é para mim uma celebração com um sentido especial em relação à vida de Cristo mas antes uma tradição social que glorifica a união familiar em torno de uma mesa cheia de iguarias. Juntar os nossos entes queridos (sejam eles família de sangue ou não!) em torno de uma mesa onde podemos desfrutar de pratos que não comemos no dia-a-dia, onde podemos encher a barriga de boa comida, boa bebida, e muita conversa é sempre um grande motivo de júbilo.
   Quando estamos longe, os novos amigos que vamos conhecendo na nossa jornada tornam-se a "nossa família de acolhimento" pois todos sentimos saudades de casa, dos mimos que só se encontram na casa onde crescemos e todos compreendemos o coração que insiste em apertar a cada data assinalada no calendário.
   Assim, ontem juntámos um pequeno grupo para lanchar cá em casa!

Folar Transmontano
   A desculpa perfeita foi o folar, tradição da aldeia da mãe do Homer. Para ele esta é uma tradição de família e uma memória de infância mas um folar é demasiado para duas pessoas. O grupinho de cá nunca tinha provado esta iguaria (eu própria só provei este folar de carnes quando passámos a primeira Páscoa juntos!) e posso dizer que o sucesso foi mais que muito. Quando as visitas se foram embora no prato só restavam algumas migalhas!
   Houve ainda iguarias dos Açores, muitos ovinhos de chocolate e goiabada do Brasil. Foi uma tarde bem passada, com muita conversa, partilhas e desabafos e muitos mimos ao novo membro do grupo, a pequena J. de apenas 20 dias.

sábado, 12 de abril de 2014

Muito bom :-)



   Não sou fã da cerveja mas a equipa que desenvolve os anúncios da Heineken é FANTÁSTICA!!!

   Mais um grande exemplo!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ter ou não ter filhos... Eis a questão...

   Sou mulher, tenho 36 (quase 37) anos, sou casada há 10 anos e não tenho filhos. Aparentemente isto faz de mim um ser estranho, com problemas psicológicos e emocionais diversos, a minha vida é despojada de sentido e não tenho quem cuidará de mim na minha velhice! Poupem-me! Por favor, poupem-me!


   Desde há muito que a pergunta "então quando é que têm meninos?" nos é lançada por tudo quanto é gente. Desde as vizinhas dos pais, os familiares, os amigos, os colegas de trabalho, o sr. do café, a sra das limpezas, o carteiro, o varredor da rua, etc, etc, etc. Como os "meninos" não apareceram e a resposta sempre foi muito vaga, noto que com o tempo esta pergunta foi deixando de ser tão frequente entre quem nos conhece. Mesmo assim, sinto que há sempre quem continue curioso e "preocupado" com a questão que apenas me diz respeito a mim...
   A mim isto sempre me tirou do sério pois a resposta que sempre me apetece dar é "e se te metesses na tua vida e me deixasses em paz, ahm?!". Porque raio é que eu tenho de parir para ser mais mulher? Mas final quem é que manda no meu útero?
   Ultimamente, a pergunta ganhou novos contornos e tem sido talvez ainda mais intrusiva "Queres ter filhos?".... Será que é assim tão estranho que eu não saiba categoricamente a resposta a esta pergunta? Se eu própria não tenho certezas como e que eu posso responder a terceiros sobre algo que é tão íntimo e tão pessoal?! E não seria de esperar que eu não queira ter conversas filosóficas de tamanha importância com o leiteiro?!
   Durante anos acreditei que nunca iria ter filhos e estava feliz e tranquila com essa decisão. Depois houve uma altura em que julguei que isso fosse acontecer mas a vida teve outros planos para mim e sei que foi melhor assim. Hoje não consigo dizer a 100% que não gostava, ou que não quero ter filhos, no futuro (que tenho plena consciência não poderá ser tão distante quanto isso) mas neste preciso momento ainda não faz parte dos meus planos.
   Gosto de crianças, tenho jeito para miúdos que normalmente gostam das minhas palhaçadas, consigo brincar e manter autoridade ao mesmo tempo, e tenho muita experiência em mudar fraldas, dar banho, dar de comer, contar histórias antes de ir dormir, etc. Tenho 5 sobrinhos e vários priminhos mais novos por isso sempre fui a babysitter de serviço ;-) Aparentemente, isto causa ainda mais confusão na mente dos curiosos pois não podem desculpar a minha escolha com a falta de carinho para dar e com o "egoísmo típico daqueles que não querem procriar".
 
   Ontem fomos visitar uma bebé que nasceu na semana passada. É muito pequenina e não pesa mais que uma pena ;-p Gostei de ver os pais babados e felizes com a sua princesinha. Cheguei a casa e deparei-me com este artigo que me fez rir e acabou por me fazer escrever este post.
   O meu excerto favorito:  "Kids give your life meaning!" No, kids give YOUR life meaning. Lots and lots of other things give my life meaning. And also, I hope kids aren't the only thing that give your life meaning, because that makes me sad."