![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHzzj8uRirekNAdG3JHkRZSZ1GXvBc38eq9-6dtk_e0jlUKycXHPz9-YhtCMjVAMmD9mdxm6eR7reNocYt11JO0yvix5a6TlTHO67RyBIcWxIXKPviE1REZkhysDiDe7fHTZuLjqEgTYAK/s400/DSC_0355.JPG)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrBYqv58QiJ85utGMj2DVf66-aEexQOQzmW1_3VjIR1g8AN3jJH8PHnTAuyThLpdkMrZXEHvKbq924Ml2do9di2Zjrm38rRCDsbZSwSFy9ziQRkZ3N_y45xx4h2g7gLYC40btDvuA86vH1/s400/DSC_0359.JPG)
O Homer viajou a trabalho e eu aproveitei para ir matar saudades de Lisboa. Fui brindada com um sol maravilhoso, temperaturas entre os 27 e 32 graus e noites de Verão.
Sabe bem rever a família, os amigos e a minha cidade! Contudo, o tempo é sempre escasso e nunca chega para cumprir todos os planos, revisitar todos os cantos ou estar com toda a gente... E quando regresso venho sempre mais cansada do que quando fui ;p
Mas apesar de regressar sempre de coração cheio e de matar saudades, há sempre um misto de sentimentos que me assoma. Se por um lado me sinto em casa ao ouvir falar a minha língua, em rir às gargalhadas com os amigos de sempre, já não me identifico com certos costumes e rituais. Fico chocada quando entro numa loja na Guerra Junqueiro de calções e ténis e vejo as empregadas a olharem-me de alto a baixo como se eu fosse uma pelintra. Já não consigo suportar a cultura das aparências!
Não percebo porque é que os condutores apitam a torto e a direito! Porque é que se pagam portagens na A5 para estarmos parados mais de meia hora no trânsito! Porque é que chegamos sempre atrasados a qualquer encontro!
Depois há todo um povo desiludido, preocupado e "à rasca". Cada vez são mais aqueles que me perguntam se não lhes arranjo trabalho por cá. As notícias deprimem-me, as medidas de austeridade assustam-me e fico triste quando me apercebo que as pessoas já não sorriem.
Viro costas, entro no avião e volto a casa. Mas haverá sempre uma parte de mim que pertence aquela cidade cheia de luz e brilho. Haverá sempre uma parte de mim que se indigna com os corruptos daquele país, se preocupa com o seu futuro e com o apertar cada vez mais forte do cinto daqueles que pouco têm.
E o meu coração fica apertado quando me despeço dos meus pais no aeroporto, quando não posso ir a uma festa de aniversário de um dos meus amigos, quando sei que estão todos juntos e que falto lá eu.
Meto a chave à porta e a casa está silenciosa. Está tudo arrumado nos seus sítios e sei que é aqui que pertenço. Respiro fundo e confesso que sinto algum alívio por estar longe...