Com a chegada do frio a minha eterna amizade com os livros intensifica-se sempre um pouco. São menos os programinhas lá fora, o que leva a que sobre mais tempo para um dos meus passatempos favoritos: ler!
Através da ficção vou muitas vezes aprofundando os meus conhecimentos sobre uma determinada realidade e vou vendo o nosso mundo por novos e diferentes pontos de vista. Muitas vezes, nasce em mim a curiosidade de investigar mais sobre um determinado tema sendo que os livros são para mim impulsionadores muito mais fortes do que um telejornal ou um artigo de opinião. Não quero com isto menosprezar, de modo algum, a importância da informação imparcial, fundamentada e livre de juízos de valor (se bem que hoje em dia não é bem a essa informação que temos acesso mas isso levar-nos-ia a uma outra longa discussão...) mas cada um bebe das fontes que mais se adequam à sua sede.
Na minha descoberta pelas livrarias das redondezas deparei-me com um livro de um escritor chamado
Daniel Silva. O nome do autor despertou a minha curiosidade pois pensei tratar-se de um português ou um brasileiro, embora nunca tivesse ouvido falar dele. Trouxe o livro,
The Secret Servant, para casa e fui tentar descobrir de onde vinha o autor. Segundo o seu site oficial, a wikipedia e outros tantos, é norte-americano e não há qualquer referência à sua ascendência.
Este é um thriller que fala do terrorismo, do fundamentalismo islâmico, dos bastidores do poder e de forças especiais e policiais inimagináveis ao comum dos mortais. A personagem principal é um mercenário israelita chamado Gabriel Allon, que descobri mais tarde ser o personagem central em muitos dos seus livros. Muito ao estilo Dan Brown ;)
O que me chamou a atenção para trazer este livro, para além do nome do autor, foi a acção ter início em Amsterdão. Eu que vivi 4 anos na Holanda, onde me deparei com uma comunidade islâmica muito grande, coesa e aparte da restante sociedade, fiquei curiosa por conhecer os seus pontos de vista. Considero que o retrato destas duas comunidades, que partilham apenas o mesmo espaço geográfico, é muito semelhante aquilo que eu vivi e senti enquanto residente do país.
O resto da acção é passada em Londres, com uma forte ligação aos Estados Unidos, ao seu governo e às suas forças policiais. Novamente, achei curioso o retrato destas comunidades e as diferenças entre os holandeses e ingleses em relação às mesmas. Embora viva cá há poucos meses, também eu já pude sentir essas diferenças.
O livro vale pela acção, pelos meandros do poder, pela temática actual que assusta o Ocidente principalmente depois do 11 de Setembro.
Outro livro também bastante actual é
O Fim da Inocência de Francisco Salgueiro. Retrata a vida de uma adolescente portuguesa e alerta para os perigos a que estão expostos os jovens de hoje.
É baseado numa história real e embora seja nu e cru confesso que não me chocou tanto assim. Não que considere normais tais comportamentos, ou que os tenham tido alguma vez, mas não é uma realidade tão estranha e alheia que me possa causar espanto.
Quando eu era adolescente não tínhamos internet, telemóvel e não estávamos tão expostos mas todos nós conhecíamos histórias semelhantes à da Inês. À medida que o acesso à informação, boa e má!, se torna cada vez mais fácil seria de esperar que a dimensão dos perigos também fosse exponencialmente maior.
É uma leitura interessante principalmente para quem tem filhos/as adolescentes.