Viver no estrangeiro é lidar com diferenças culturais frequentemente. Faz parte da experiência e da riqueza que nos alarga os horizontes. Contudo, penso que todos os portugueses emigrantes têm dificuldade em lidar com os níveis de limpeza e higiene dos outros povos! Os nossos padrões são muito mais elevados do que os dos holandeses, ingleses e australianos... Sobre estes povos posso me pronunciar pela minha experiência nestes países mas quase que aposto que portugueses a viver noutras zonas do planeta irão sentir o mesmo ;-p
Eu cresci com uma mãe maníaca de limpezas e uma parte das férias grandes eram passadas a lavar tectos e paredes, a virar tudo de pantanas para limpar atrás dos móveis, frigorífico, fogão, e afins. Tínhamos inclusive de lavar as loiças que estavam guardadas no móvel da sala e que não eram utilizadas no dia-a-dia. Para mim e para a minha irmã era uma seca e ficávamos sempre amuadas pois tínhamos de ajudar e não podíamos ir para a praia ;-)
Ainda me lembro de ver as cordas da roupa cheia dos nossos peluches pois nem eles escapavam à fúria da mãe!
Por isso mesmo, para mim uma casa limpa e arrumada é muito importante! Mas não ando sempre a limpar e tenho dias em que deixo a roupa espalhada em cima da cama, deixo a loiça suja no lava-loiça do almoço até ao jantar e deixo acumular a roupa para passar a ferro. Estes "desleixos" não me deixam doente mas são apenas temporários pois caso contrário não me sentiria bem. Contudo, são uma gota de água no mar de desarrumação e "porcaria" em que esta gente vive.
Já entrei em casa de pessoas que têm roupa suja espalhada pelo chão do quarto, tralhas mil espalhadas por cima do sofá e móveis da sala, loiça suja por todo o lado e canecas de café ou chá castanhas pois não são lavadas convenientemente e muito menos passadas por água assim que se acaba a bebida. Principalmente quando se anda à procura de casa encontra-se com cada pocilga que até mete medo!
Normalmente os estrangeiros com quem temos desenvolvidos laços de amizade nos vários países não são porcos mas mesmo assim os seus padrões não correspondem as nossos. Lembro-me, por exemplo, de uma amiga holandesa que tinha a árvore de Natal montada todo o ano pois tinha preguiça de a desmontar, ou de uns amigos ingleses que lavam a loiça num alguidar com água e detergente e que colocam a loiça a escorrer sem a passar por água limpa, lol
Aqui há uns tempos fomos convidados para um churrasco na casa de uma colega de trabalho do Homer. Eu fiz um bolo e levei para a sobremesa. Como sobrou bastante bolo deixei lá o prato em que o tinha levado e ela ficou de o levar para o trabalho e dar ao Homer. Ela foi-se esquecendo e acabou por devolver o prato um mês depois. Tudo bem, acontece.... MAS... ao fim de um mês ela devolveu-nos o prato SUJO!!!!!!!
Como é que é possível ter um prato sujo em casa durante um mês?????? Como é que é possível entregar um prato a alguém sujo??????? Se eles comeram o resto do bolo, custava muito lavar o prato??????
Notem que esta colega não é sequer nenhuma menina de 20 anos mas sim uma senhora perto dos seus 50! Fiquei sem palavras.......
segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
Vamos acampar?!
Noosa Heads |
A convite de alguns amigos decidi que estava na altura de experimentarmos e com alguma apreensão lá fomos nós de tenda, sacos camas e colchão insuflável no porta-bagagem. O meu maior receio (e da maior parte dos meus amigos europeus como constatei pelos comentários no facebook!) era sem dúvida a presença das "bichezas". Ora aqui há aranhas venenosas, cobras venenosas, baratas voadoras, possums curiosos, etc etc etc... Mas correu tudo lindamente.
Eu ia preparada com pulseiras e spray repelentes de melgas e mosquitos, tinha uma espécie de pauzinhos de incenso que também afastam os insectos e que podemos colocar a queimar à porta da tenda e certifiquei-me sempre que a tela de protecção contra insectos da tenda estava devidamente fechada.
Na primeira noite tinha dois sapos-cururus à porta da tenda. Ora estes sapos são também, sim acertaram!, venenosos! O seu veneno não nos mataria mas causa uma grande irritação. Para além de ser uma grande nojice ;-p Mas cada um seguiu a sua vidinha e não houve qualquer incidente.
(Ah, aqui também há formigas-de-fogo que mordem e dói que se farta, eu sei pois já fui mordida! Logo sentarmos na relva pode ser doloroso, lol)
De madrugada as kookaburras e as cockatoos fazem tamanha algazarra que é impossível não acordar ao som da passarada. Como mesmo em casa acordo com o som delas todas as manhãs (4:30/5:00AM) não estranhei.
As infra-estruturas dos parques de campismo são muito boas, sendo que todos eles têm fogão, BBQs, frigoríficos, torradeiras, chaleiras, etc para uso dos campistas. As casas-de-banho e chuveiros estavam limpinhos e a piscina tinha água aquecida que convidava a uns valentes mergulhos.
A experiência foi divertida e super tranquila por isso iremos decerto repetir! Claro, que há que ter cuidado com as "bichezas" da mesma forma que temos cuidados em casa. Nada de calçar sapatos fechados sem os sacudir antes, olhar antes de agarrar as cadeiras ou a mesa do jardim, fechar as telas de protecção contra insectos, fechar hermeticamente tudo o que seja comida, tudo medidas de senso comum que rapidamente se tornam actos inconscientes. A verdade é que os meus receios há um ano atrás não têm comparação possível com a tranquilidade com que os encaro hoje em dia.
Podem ver mais fotos dos locais por onde andámos: Aqui.
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terça-feira, 25 de março de 2014
Novos começos...
Hoje inícou-se uma nova etapa para mim. Comecei um novo emprego!
O meu primeiro emprego aqui na Austrália não foi propriamente uma experiência positiva. A política da empresa e a forma como as pessoas se comportavam não era de todo compatível com a minha personalidade. Pela primeira vez trabalhei num sítio onde não consegui criar qualquer relação de empatia com as pessoas que me rodeavam e isso fazia com que sair de casa todas as manhãs para ir trabalhar se tornasse um suplício. Foram algumas as vezes em que as lágrimas teimaram em escorrer-me pelas faces enquanto olhava para o monitor ou quando ia à casa-de-banho para respirar fundo...
A procura de um novo emprego foi mais demorada do que o que esperava. Em parte por ter sido selectiva e tentar evitar, a todo o custo, um local onde não me enquadrasse. E como quase sempre acontece, quando menos esperava surgiu uma oportunidade vinda de um contacto improvável. A empresa é jovem e inovadora e tem uma cultura e ambiente com os quais me identifiquei.
As primeiras impressões foram bastante positivas e todas as pessoas que conheci hoje foram muito acolhedoras. A formação começou com o despejar de informação típico dos primeiros tempos mas também foi marcada pela descoberta de uma nova forma de trabalhar.
Estou feliz! Acredito que esta foi a decisão certa para mim! Tenho esperança e fé que o tempo prove isso mesmo :D
O meu primeiro emprego aqui na Austrália não foi propriamente uma experiência positiva. A política da empresa e a forma como as pessoas se comportavam não era de todo compatível com a minha personalidade. Pela primeira vez trabalhei num sítio onde não consegui criar qualquer relação de empatia com as pessoas que me rodeavam e isso fazia com que sair de casa todas as manhãs para ir trabalhar se tornasse um suplício. Foram algumas as vezes em que as lágrimas teimaram em escorrer-me pelas faces enquanto olhava para o monitor ou quando ia à casa-de-banho para respirar fundo...
A procura de um novo emprego foi mais demorada do que o que esperava. Em parte por ter sido selectiva e tentar evitar, a todo o custo, um local onde não me enquadrasse. E como quase sempre acontece, quando menos esperava surgiu uma oportunidade vinda de um contacto improvável. A empresa é jovem e inovadora e tem uma cultura e ambiente com os quais me identifiquei.
As primeiras impressões foram bastante positivas e todas as pessoas que conheci hoje foram muito acolhedoras. A formação começou com o despejar de informação típico dos primeiros tempos mas também foi marcada pela descoberta de uma nova forma de trabalhar.
Estou feliz! Acredito que esta foi a decisão certa para mim! Tenho esperança e fé que o tempo prove isso mesmo :D
quinta-feira, 13 de março de 2014
Família de coração
Não podemos escolher a família onde nascemos e nem sempre os laços de consanguinidade são suficientes para nos unir a quem partilha parte do nosso ADN.
Mas temos a sorte de podermos escolher os nossos amigos e as pessoas com quem queremos partilhar as nossas vitórias, fracassos, pensamentos, gargalhadas, etc. Temos a sorte de poder escolher com quem vamos criar laços de amizade tão puros que passam a fazer parte de nós.
Eu sinto-me eternamente grata por ter pessoas que entraram na minha vida, das mais diversas formas, e que assentaram âncoras no meu coração e passaram a fazer parte de mim :-)
E no passado dia 1 nasceu uma linda princesa, que embora não esteja ligada a mim por laços de sangue, faz já parte da minha família de coração :-)
A distância nestas ocasiões é difícil mas é colmatada pelas novas tecnologias. Não podemos abraçar os pais babados, não podemos pegar ao colo na nossa sobrinha mas podemos sorrir para uma camâra de computador e chorar com eles de felicidade a uns tantos continentes de distância.
Estou tão feliz, tão babada que ando a mostrar fotos da miúda a toda a gente, tão orgulhosa dos meus amigos que vão ser (são!) uns pais excelentes, tão ansiosa por poder estragar a miúda de mimos e enchê-la de beijinhos e abracinhos apertados, tão desejosa por ir conhecendo e descobrindo a menina/mulher em que esta bebé irresistível se tornará!!!
Mas temos a sorte de podermos escolher os nossos amigos e as pessoas com quem queremos partilhar as nossas vitórias, fracassos, pensamentos, gargalhadas, etc. Temos a sorte de poder escolher com quem vamos criar laços de amizade tão puros que passam a fazer parte de nós.
Eu sinto-me eternamente grata por ter pessoas que entraram na minha vida, das mais diversas formas, e que assentaram âncoras no meu coração e passaram a fazer parte de mim :-)
E no passado dia 1 nasceu uma linda princesa, que embora não esteja ligada a mim por laços de sangue, faz já parte da minha família de coração :-)
A distância nestas ocasiões é difícil mas é colmatada pelas novas tecnologias. Não podemos abraçar os pais babados, não podemos pegar ao colo na nossa sobrinha mas podemos sorrir para uma camâra de computador e chorar com eles de felicidade a uns tantos continentes de distância.
Estou tão feliz, tão babada que ando a mostrar fotos da miúda a toda a gente, tão orgulhosa dos meus amigos que vão ser (são!) uns pais excelentes, tão ansiosa por poder estragar a miúda de mimos e enchê-la de beijinhos e abracinhos apertados, tão desejosa por ir conhecendo e descobrindo a menina/mulher em que esta bebé irresistível se tornará!!!
quarta-feira, 12 de março de 2014
Aventuras na cozinha
Cá em casa gostamos de comer e de cozinhar. Temos alguns pratos favoritos e alguns que sabemos fazerem sucesso sempre que há convivas para jantar. Mas gostamos também muito de experimentar novas receitas, novos sabores e novas técnicas de cozinhar (esta última é mais do domínio do Homer!).
Parte do processo é que muitas vezes as coisas não correm bem! Há alturas em que temos que inventar uma salvação, as instruções simplesmente não são suficientes ou claras e o jeito não nos assiste.
Noutro dia decidi tentar fazer macarons. Já sabia à partida que não ia ser uma tarefa fácil pois sei que é um processo de grande fragilidade e eu sou demasiado desastrada e apressada. A massa é super fácil de fazer mas o desafio para mim foi o saco de pasteleiro! Em minutos tinha massa a sair pela entrada do saco e a escorrer-me pelas mãos, não conseguia suprimir a saída da massa pelo bico o que fez com que algumas rodelas ficassem unidas às outras, o caos!!! Por fim, tive de criar as rodelas de massa com uma colher de sobremesa ;-p
Como podem ver, o resultado não é brilhante. A parte seguinte é deixar a massa repousar e esperar que a massa seque em cima, criando uma superfície dura. A receita dizia meia-hora, eu esperei uma hora mas a superfície não tinha criado a consistência que devia. Talvez os 32 graus que estavam nesse dia não tenha ajudado...
Quando saíram do forno não estavam com um aspecto bonito mas a consistência parecia estar de acordo com o esperado. Mas seguia-se uma nova tarefa difícil: tirar as bolachinhas com cuidado, barrá-las e uni-las sem as partir.... Pois, não foi fácil. algumas perderam-se pelo meio pois assim que lhes peguei desfizeram-se nas minhas mãos, lol
O resultado final não foi bonito mas foi delicioso! Para primeira tentativa até que não fiquei desiludida. O sabor estava excelente, a consistência estava boa e o Homer despachou-os num piscar de olhos.
Vejo tantos blogues com fotos de pratos impecáveis e tão bonitinhos mas duvido que o comum dos mortais consiga sempre esses resultados no dia-a-dia. Por isso apeteceu-me partilhar este meu falhanço em termos de apresentação. Afinal de contas, não cozinho num restaurante de 5 estrelas e prefiro mil vezes algo que não seja bonito mas que seja saboroso do que um prato que pareça um obra de arte mas que saiba a serradura, lol
sábado, 8 de março de 2014
País de sonho
Moreton Island |
Ora o meu dia-a-dia nada tem de paradisíaco e posso dizer que a rotina será muito semelhante a qualquer outro país ocidental. Contudo, as imagens que nos preenchem o imaginário são de facto reais e não estão longe do nosso alcance! E por isso é tão especial viver aqui :D
Há duas semanas atrás apanhámos o barco até Moreton Island (1h15min de Brisbane) e sentimo-nos a chegar ao paraíso e a entrar nas imagens dos catálogos das agências de viagens ;-)
Vejam mais fotos AQUI.
sexta-feira, 7 de março de 2014
De cama...
Amanhecer visto da minha janela (5:30 AM) |
E esta mudança de estação ficou marcada com a minha primeira valente constipação desde que cheguei à Austrália. Quando vivia na Europa do Norte, volta não volta andava adoentada pois, como diz o meu pai, "sou uma flor de estufa". Qualquer corrente de ar me deixava com dores de garganta e nariz a pingar.
Desde que aqui cheguei que ainda não tinha ficado doente. De vez em quando acordava com uma pequena impressão na garganta mas, à medida que o dia ia avançando, o sol e o calorzinho logo resolviam tudo e passado umas horitas sentia-me a 100%. Assim passou o verão, o inverno e o verão de novo. Até que se abateu sobre mim a mãe das todas as constipações que me deixou de rastos.
Começou da mesma forma com uma pequena impressão na garganta que se dissipava ao longo do dia mas que todas as manhãs insistia em marcar presença. Até que a impressão passou a dor, a dor levou-me a voz e de repente tinha todos os outros sintomas e estava de molho.
O pior é que continua calor e como tal as nossas mezinhas não fazem sentido. Não posso propriamente enrolar-me numa mantinha nem mesmo o chá quentinho me sabe bem. Talvez por isso esteja a demorar tanto a passar... Os medicamentos de venda livre revelaram-se inúteis e apenas as recomendações do sr. farmacêutico parecem estar a ajudar. E a grande concessão que fiz foi fechar a janela do quarto à noite ;-)
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