Naquela amanhã acordei e lembrei-me da data... Já há 9 anos que nos deixaste mas o teu aniversário é sempre uma data importante para nós. Ao levantar-me da cama senti uma pontada no seio direito e pensei para com os meus botões se até ao final do dia não me vier o período vou fazer os teste.
Cheguei a casa depois do trabalho e como sempre fui directa para a casa de banho. Abri o armário onde havia um teste de gravidez, dei uma vista de olhos pelas instruções e xixi. Virei o plástico ao contrário para não ver o resultado a aparecer, ninguém precisa dessa ansiedade, coloquei o cronómetro no telemóvel e fui à minha vidinha. Quando o alarme tocou, fui ver o resultado sem stress ou ansiedade pois estava à espera de um resultado negativo. Virei o plástico e qual não é o meu espanto quando vejo dois traços... A primeira reacção foi de incredulidade e depois foi de incerteza de estar a ler o resultado correctamente, eh eh eh eh Telefonei de seguida ao Homer mas não consegui articular muito bem o que se estava a passar pelo que lhe disse que ia enviar uma foto e ligar de novo. Quando voltei a ligar as minhas perguntas foram: viste? percebeste? são dois traços? Ao que ele meio abanando respondeu que sim a tudo. Encubiu-o então da tarefa de passar pelo supermercado antes de vir para casa e comprar mais testes, de marcas diferentes pois não queria deitar foguetes antes da festa.
No total fiz 4 testes e todos deram positivo, na manhã seguinte liguei para o centro médico e marquei consulta para esse mesmo dia. Fiz uma catrefada de análises de sangue e passados dois dias recebi os resultados de que estava tudo bem.
Tínhamos viagens marcadas para Melbourne, Dubai e Portugal, o timing nunca é perfeito mas iríamos ter a oportunidade de dar a notícia às nossas famílias pessoalmente e para quem vive tão longe isso é muito especial 😀
A primeira eco teve de ser marcada o mais tarde possível antes da nossa partida para Portugal (na véspera da viagem) com receio de que fosse cedo demais para poder ver tudo o pretendido desta fase inicial (7 semanas). Vimos um ponto que nos disseram ser o nosso bebé, para mim podia ser qualquer outra coisa pois para quem não percebe do assunto é tudo igual!, e tivemos a sorte de poder ouvir o coração dela pela primeira vez. Isso sim, foi muito especial e emotivo. Até aí, a gravidez não passava de um conceito abstracto mas de repente tornou-se real: havia de facto uma vida a crescer dentro de mim....
sábado, 26 de novembro de 2016
terça-feira, 8 de novembro de 2016
4 anos :-)
Coogee Beach, Sydney |
A mudança para Sydney há quase dois anos veio confirmar o que já sentíamos, tínhamos chegado ao nosso destino. Não sei quanto mais tempo vamos ficar por cá, pois deixei de fazer planos a médio prazo, mas por enquanto estamos onde nos sentimos bem e onde sentimos pertencer nesta fase da nossa vida. Este não é um país perfeito e a distância continua a ser o mais difícil de suportar mas é sem dúvida o local perfeito para nós neste momento!
Próximo passo: cidadania 😉
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Festival de Cinema Italiano
Vivemos no antigo bairro italiano de Sydney. Antigo pois com o crescimento da cidade e a valorização imobiliária os bairros onde antigamente viviam as mais diversas comunidades foram-se dissipando, embora ainda restem algumas marcas da sua história. Por aqui há muitos restaurantes e cafés italianos, muitos residentes italianos que emigraram há mais de trinta anos, etc... Não é pois de estranhar que tenha sido no cinema local onde vi a publicidade deste filme no âmbito do festival anual de cinema italiano.
O filme está muito bem conseguido, é super divertido e retrata uma maneira de estar e ser italiana, que embora caia no estereótipo de vez em quando, se assemelha em muito à nossa cultura portuguesa. Foi um serão muito bem passado e ao fim de algumas semanas ainda utilizamos algumas das expressões que mais nos marcaram em casa.
Se tiverem oportunidade de ver, não percam!
O filme está muito bem conseguido, é super divertido e retrata uma maneira de estar e ser italiana, que embora caia no estereótipo de vez em quando, se assemelha em muito à nossa cultura portuguesa. Foi um serão muito bem passado e ao fim de algumas semanas ainda utilizamos algumas das expressões que mais nos marcaram em casa.
Se tiverem oportunidade de ver, não percam!
sábado, 5 de novembro de 2016
A decisão....
Há mulheres que crescem a sonhar com o dia em que serão mães. Esse não foi o meu caso!
O meu instinto protector sempre foi muito grande, era sempre aquela que se preocupava e cuidava das irmãs mais novas das minhas amigas (os meus irmãos são todos mais velhos!), era sempre aquela que na escola, se preciso, andava à bulha com os outros meninos para defender as minha amigas, era (sou) sempre aquela que se apegava muito às pessoas que lhe tocavam (tocam) no coração e que adorava (adora) poder mimá-los. Contudo, isso não fez com que o meu instinto maternal gritasse com a força de quem quer ter um filho quando atingi a adultice, quando encontrei o Homer ou até quando os anos férteis começaram a passar como quem não quer a coisa.
A decisão de tentar engravidar foi, por tudo isto, uma decisão muito ponderada e bastante racional. Claro, que há uma componente emocional bastante grande mas creio que consegui separar bem as coisas e ponderar de uma forma muito séria sobre a possibilidade de ter um bebé e tudo o que isso implica.
Quando começámos a namorar o Homer e eu tivemos a conversa sobre filhos e muito honestamente disse-lhe que não sabia se algum dia quereria ser mãe e que havia uma grande probabilidade da resposta ser sempre "não". Ele queria muito ser pai mas confessou que preferia ficar comigo sem filhos. Claro que esta é sempre uma situação complexa pois não queria de modo nenhum sentir que ele não concretizaria um sonho por ter escolhido estar a meu lado, por outro lado não queria pressão para tomar uma decisão para a qual eu não estava preparada. Nunca fui uma pessoa facilmente influenciável e por isso sabia que não iria engravidar apenas porque ele queria, para o fazer feliz, ou qualquer outra desculpa esfarrapada do género.
Os anos foram passando e de facto ele cumpriu a sua promessa de não me pressionar. Com tantas mudanças e tantas aventuras que vivemos o momento certo nunca se apresentou o que tornou sempre a hipótese de engravidar muito pouco viável. (Claro, que falo de uma gravidez planeada, felizmente nunca tivemos nenhum "acidente de percurso", lol) Com o assentar de arraiais na Austrália, o boom de bebés e grávidas à nossa volta, e a idade fértil a escapar-se entre os dedos, a vontade de ser pai começou a falar mais alto e o Homer começou a falar no assunto frequentemente. Novamente, tivemos uma conversa muito séria onde achei apenas justo ponderar sobre o assunto, de coração e mente abertos, com consciência da "urgência" de uma decisão devido à idade, mas sem qualquer pressão. Durante o meu período de reflexão ele não falaria no assunto e respeitaria o meu tempo e espaço. E assim foi...
Na balança coloquei todos os prós, os contras, os medos, as ansiedades, os mais variados sentimentos. Analisei o motivo por detrás de cada um deles o melhor que soube. À medida que ia reflectindo ia pensando cada vez mais na nossa futura família e fui-me apaixonado pela ideia da maternidade. Tinha perfeita consciência que as minhas hipóteses de engravidar poderiam estar comprometidas e sabia até onde iria em termos de tratamentos caso não conseguisse engravidar naturalmente. Acima de tudo, tinha plena consciência que por ter esperado tantos anos poderia não poder vir a ser mãe e estava preparada a viver com isso de consciência tranquila e sem remorsos pois tinha a certeza que antes não teria sido o momento certo.
Não engravidei à primeira tentativa mas felizmente engravidei naturalmente aos 38 anos de idade dentro de um período de tempo normal, sem stress! Quando vi dois riscos cor-de-rosa no teste de gravidez senti alguma incredulidade (fiz 4 testes em casa, só para ter mesmo a certeza!!!) mas o maior sentimento foi de pura felicidade e isso apenas confirmou o que já sentia... Tomei a decisão certa no momento certo para nós...
O meu instinto protector sempre foi muito grande, era sempre aquela que se preocupava e cuidava das irmãs mais novas das minhas amigas (os meus irmãos são todos mais velhos!), era sempre aquela que na escola, se preciso, andava à bulha com os outros meninos para defender as minha amigas, era (sou) sempre aquela que se apegava muito às pessoas que lhe tocavam (tocam) no coração e que adorava (adora) poder mimá-los. Contudo, isso não fez com que o meu instinto maternal gritasse com a força de quem quer ter um filho quando atingi a adultice, quando encontrei o Homer ou até quando os anos férteis começaram a passar como quem não quer a coisa.
A decisão de tentar engravidar foi, por tudo isto, uma decisão muito ponderada e bastante racional. Claro, que há uma componente emocional bastante grande mas creio que consegui separar bem as coisas e ponderar de uma forma muito séria sobre a possibilidade de ter um bebé e tudo o que isso implica.
Quando começámos a namorar o Homer e eu tivemos a conversa sobre filhos e muito honestamente disse-lhe que não sabia se algum dia quereria ser mãe e que havia uma grande probabilidade da resposta ser sempre "não". Ele queria muito ser pai mas confessou que preferia ficar comigo sem filhos. Claro que esta é sempre uma situação complexa pois não queria de modo nenhum sentir que ele não concretizaria um sonho por ter escolhido estar a meu lado, por outro lado não queria pressão para tomar uma decisão para a qual eu não estava preparada. Nunca fui uma pessoa facilmente influenciável e por isso sabia que não iria engravidar apenas porque ele queria, para o fazer feliz, ou qualquer outra desculpa esfarrapada do género.
Os anos foram passando e de facto ele cumpriu a sua promessa de não me pressionar. Com tantas mudanças e tantas aventuras que vivemos o momento certo nunca se apresentou o que tornou sempre a hipótese de engravidar muito pouco viável. (Claro, que falo de uma gravidez planeada, felizmente nunca tivemos nenhum "acidente de percurso", lol) Com o assentar de arraiais na Austrália, o boom de bebés e grávidas à nossa volta, e a idade fértil a escapar-se entre os dedos, a vontade de ser pai começou a falar mais alto e o Homer começou a falar no assunto frequentemente. Novamente, tivemos uma conversa muito séria onde achei apenas justo ponderar sobre o assunto, de coração e mente abertos, com consciência da "urgência" de uma decisão devido à idade, mas sem qualquer pressão. Durante o meu período de reflexão ele não falaria no assunto e respeitaria o meu tempo e espaço. E assim foi...
Na balança coloquei todos os prós, os contras, os medos, as ansiedades, os mais variados sentimentos. Analisei o motivo por detrás de cada um deles o melhor que soube. À medida que ia reflectindo ia pensando cada vez mais na nossa futura família e fui-me apaixonado pela ideia da maternidade. Tinha perfeita consciência que as minhas hipóteses de engravidar poderiam estar comprometidas e sabia até onde iria em termos de tratamentos caso não conseguisse engravidar naturalmente. Acima de tudo, tinha plena consciência que por ter esperado tantos anos poderia não poder vir a ser mãe e estava preparada a viver com isso de consciência tranquila e sem remorsos pois tinha a certeza que antes não teria sido o momento certo.
Não engravidei à primeira tentativa mas felizmente engravidei naturalmente aos 38 anos de idade dentro de um período de tempo normal, sem stress! Quando vi dois riscos cor-de-rosa no teste de gravidez senti alguma incredulidade (fiz 4 testes em casa, só para ter mesmo a certeza!!!) mas o maior sentimento foi de pura felicidade e isso apenas confirmou o que já sentia... Tomei a decisão certa no momento certo para nós...
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