quinta-feira, 16 de abril de 2009

Leituras minhas...

O meu hobby favorito é sem dúvida a leitura. Poder navegar num mundo imaginário e conhecer cada personagem tão bem ou melhor que os nossos próprios amigos de carne e osso... É curioso como esses universos paralelos nos marcam, emocionam e até mesmo nos influenciam. 

Apesar de ter estudado literatura na faculdade não tenho por hábito criticar um livro do ponto de vista literário: género "o uso excessivo da metáfora denota uma incapacidade do autor em expressar a complexidade dos sentimentos do eu", "reparem no recurso constante da hipérbole como forma de subjectivar a importância que se dá à dimensão psicológica da personagem", etc. 

Gosto de me deixar envolver pela história e ser surpreendida pelas suas reviravoltas. Aprecio quem sabe escrever pelo modo como me prende a um livro e me faz visualizar e vivenciar a história. Identifico de facto alguns recursos, figuras de estilo e artimanhas mas não as valorizo de sobremaneira.

Aqui vos deixo com as minhas últimas leituras:


O Último Ano em Luanda é um romance histórico que retrata a vida dos portugueses e angolanos após a Revolução de 25 de Abril de 1974. As consequências que a revolução e o rebuliço político que se vivia em Lisboa teve em Luanda atingiram proporções desastrosas o que levou a tantas mortes inocentes.

Ainda hoje Portugal vive com o estigma de uma descolonização ca
ótica e catastrófica. Através da vida destas personagens conseguimos vislumbrar a dimensão desse caos onde a violência e o medo passaram a ser as dinâmicas do dia-a-dia.
Sempre achei a História (com H grande) um pouco maçuda e até por vezes desinteressante mas através deste tipo de romance consigo aprender mais do que num documentário cheio de imagens a preto e branco e narrado por uma voz monocórdica que inevitavelmente me trará sono... 

Numa nota bem diferente, Amei-te em Copacabana fala de uma relações de amor. Relações viciadas, condenadas, de puro comodismo e hábito. Relações familiares disfuncionais, laços partidos, dor e mágoa. 
Fala também de uma viagem ao fundo de nós mesmos através da psicanálise. Da descoberta de novas possibilidades, novas formas de viver, de amar. Do rompimento doloroso com velhos padrões e do medo e simultânea atracção pela aventura.
Tem um final feliz, cheio de potencial e possibilidades. Um pouco como nas histórias de encantar.
A mim tocou-me de uma forma especial pois já tendo feito psicoterapia pude identificar-me com muito do caminho percorrido pela personagem. Às vezes, há de facto uma sensação de estarmos a vibrar numa frequência diferente dos que nos rodeiam... Esse insight dá-nos uma grande sensação de liberdade e um melhor entendimento das situações em que nos encontramos mas também arrasta consigo uma certa solidão... 

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