Por aqui andamos em período de campanha eleitoral. Eu nunca me interessei muito por política (e vivo bastante mais feliz assim ;-p) e estando na Austrália há tão pouco tempo não posso avaliar o trabalho de nenhum deles objectivamente. Mas o que acho engraçado são as diferenças culturais.
Em primeiro lugar fiquei surpresa ao perceber que aqui, tal como nos EUA, a campanha eleitoral é um jogo de celebridade. Os eleitores votam pelo líder e não pelo partido. Ainda há dias as sondagens demonstravam uma grande vantagem pelo partido que está actualmente no governo mas mostravam também que se o líder da oposição fosse o fulano X, em vez do actual, a intenção de voto mudava drasticamente.
Mas o que mais me espanta é a forma acusatória como a campanha é feita. Os anúncios na TV e os cartazes espalhados pela rua não oferecem promessas mas sim apontam o dedo aos erros dos outros. Por exemplo, num spot televisivo aparece uma foto do actual primeiro ministro e a voz off diz algo do género: ele criou uma dívida de Y por dia, por causa dele temos mais emigrantes ilegais, o seu plano de saúde é lastimável e foi ele o responsável pelo aumento das propinas.
E este comportamento acusatório estende-se às eleições estatais também; lembro-me de um spot com o ministro da Queensland onde ele era acusado de cortes no ensino que tornavam impossível dar uma oportunidade a alunos com dificuldades de aprendizagem (lá aparecia um menino já crescidito a ler em voz alta, soletrando devagar, e depois a voz off terminava com algo do género: com o programa do fulano Z este menino nunca vai aprender a ler).
Imagino se este lavar de roupa suja fosse em Portugal e penso que acabaria à estalada entre os nossos políticos o que haveria de ter o seu quê de entretenimento ;-p
Aqui não anda muito longe disso... se bem que mais polidos... perdem mais tempo a apontar dedos do que a apresentar soluções...
ResponderEliminarO que é interessante aqui é que não há cá polimentos e é tudo sensacionalismo ;-)
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