Noutro dia cruzei-me com
este texto no Facebook e achei interessante. Há sempre um número de pontos em que todos aqueles que vivem fora do seu país têm em comum. E é por isso fácil identificarmo-nos com testemunhos de pessoas que nem sequer conhecemos.
Pela parte que me toca eu e o Homer temos "demasiadas palavras" (
you don’t want to overwhelm everyone with stories from your ‘other country’ and come across as pretentious). Temos sempre uma história relevante da Holanda, da Inglaterra, da Austrália. Lembramo-nos sempre de alguém que conhecemos pelo caminho e que nos mostrou uma nova maneira de ver as coisas.
Da mesma forma temos falta da palavra certa pois as expressões surgem-nos em línguas diferentes (
You no longer speak one particular language). É comum faltar-nos a expressão em português ou melhor ainda fazer a tradução literal de uma expressão inglesa para português, o Homer em especial. (tenho de compilar algumas para partilhar, é um fartote!) Também é comum quando estamos cansados ou quando nos sentimos muito à vontade com alguém desatarmos a falar em português com eles perante o seu olhar estupefacto.
Curiosamente, este blog nasceu pela minha vontade de continuar a escrever em português e pelo meu esforço de não deixar que o meu conhecimento da língua portuguesa se fosse perdendo com o passar do tempo. Também por isso gosto de ler em português mas cada vez se torna mais difícil não deixar que a língua sofra com as influências externas. Afinal de contas, já são 8 anos em que no meu dia-a-dia só falo português com o Homer.
E claro que a nostalgia e saudade passam a ser constantes (
Nostalgia strikes when you least expect it). Companheiros de viagem, que mesmo que regressássemos hoje ao nosso país de origem jamais nos abandonariam. É que não há volta a dar. Podemos não pertencer ao novo país onde vivemos mas a verdade é que também já não pertencemos ao país que nos viu nascer e crescer. Somos gente avulso, com raízes espalhadas pelo mundo.