Assim que saímos do aeroporto fomos literalmente atropelados por dezenas de taxistas a oferecer o seu serviço, até os empregados do quiosques de troca de dinheiro lançam de fora a cabeça e agitam panfletos com uma fúria de fazer negócio. Quase não conseguia respirar de tanta gente a gesticular e a chamar por nós.
Na primeira manhã, depois do pequeno-almoço no hotel, fomos a pé à procura de uma café que a A. conhecia. Os passeios são inexistentes, ou cheios de buracos, pelo que a grande parte do percurso é feito à beira da estrada. Ora o trânsito é caótico e a quantidade de
scooters é alucinante, por isso não raras vezes temi pela minha segurança quando vi motas a ultrapassar em imaginárias faixas de rodagem e a rasarem os nossos pés semi-descalços.
A poluição nas ruas de
Seminyak é enorme e para além dos gases emitidos pelos muitos veículos motorizados, há uma constante poeira que paira no ar nas ruas mais movimentadas. Confesso, que no início pensei mas onde é que eu vim parar????!!!!
Depois comecei a perceber que a maneira de estar dos balineses é muito descontraída e não têm pressa ou stress. Embora isso me levasse por vezes à loucura, pois a empregada de mesa demorava séculos a trazer-nos o café, comecei também eu a entrar no ritmo asiático e a deixar andar. Comecei a apreciar o divertido das situações, a rir-me com a diferença de mentalidade e a relaxar e aproveitar as merecidas férias.
A magia do Bali está, a meu ver, no contraste entre a desorganização elevada ao expoente e a calma e tranquilidade com que se vive. Eles carregam quatro pessoas numa
scooter, no meio de um trânsito caótico, com um à-vontade e uma descontracção que me surpreendeu. Para percorrer 1km demora-se 10 minutos mas ninguém reclama ou chama nomes aos condutores incautos que se metem à sua frente. Entre as ruas principais sujas e barulhentas, existem pequenas pérolas. Casas bonitas, arranjadas, complexos com o seu templo privado, crianças a brincar na rua e senhoras a colocarem as oferendas aos deuses, à porta de casa, todas as manhãs.